segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Amor-sonrisal.

O amor é uma coisa hilária. Ou trágica. Aliás, que porra é essa - o amor - que todo mundo fala, apregoa, banaliza e desperdiça o tempo inteiro? Hoje ela me ama. Amanhã não me ama mais. Depois de amanhã me odeia. Que putaria é essa?
Como fonte de minha idignação da vez, usei orkuts, blogs e fotologs. O uso esculhambativo do verbo amar está cada vez mais evidente. É mais desperdiçado que água em banho de mulher. É declaração de amor pra amigos, parentes, paixões, animais, fins de semana, fodas, festas e viagens. E agora? Da próxima vez que eu ouvir "eu te amo", vou dar que importância? A volatilidade desse tal amor me faz acreditar que isso aí é só uma palavrinha para que músicas sertanejas continuem a serem compostas. A mulherada de hoje vomita um "eu te amo" pra um cara que mal conhece, que mal convive. Será isso uma satisfação, uma desculpa para si mesma pelo fato de ter-lhe aberto as pernas? Como diria o segundo bêbado mais famoso da Internet, Leonaldo: SÓ PODE!
(Pra quem não conhece: http://www.youtube.com/watch?v=wrIi0_n4ZNs).
Sou sincero em falar: estou cético. Você já viu a rapidez que essas meninas colocam "o amor de minha vida", "meu amor" ou simplesmente "mô" nas legendas de fotos com seus respectivos machos? O INTERESSANTÍSSIMO é que tem álbum em que as legendas não mudam, só a foto do sujeito mesmo. Já vi mulher com uns três "mô" diferentes só esse ano. Sem contar o status do perfil: "casado"! Mesmo que esteja só ficando - ou dando umazinha. E quando casar, vai colocar o quê? "Casado DE VERDADE!"?. (Vou sugerir ao Orkut). Acho que as mulheres estão se confundindo com gatas (o animal mesmo), que dizem ter sete vidas. Afinal, é tanto "o homem da vida" que HAJA VIDA pra tanto macho. É bom demais!
Não se deve ignorar também as declarações via depoimento. Como se ama, esse povo! Ou seria pobreza de vocabulário mesmo, pra descrever outro qualquer sentimento, se não amor? O pior é que, quando ouvimos um repentino "eu te amo" com 2 meses de relacionamento, se não quisermos perder a namorada, temos que retribuir com, no mínimo, um "eu também". Calma, mulher! Amor né só assim não! Eu sei que eu sou um cara massa, que gosta de você e te trata bem, mas vá devagar! Vamos nos conhecer! Deixa a convivência mostrar se é amor mesmo!
Diga que adora, que admira, que respeita, que sente saudade, que gosta muito, que IDOLATRA. Mas ainda não existe verbo mais poderoso que "amar". Saiba como usar, e com quem usar. Uma vez dita a uma pessoa carente, isso vai mexer com a vida dela. Ela acreditará, se entregará. E se de repente esse seu amor-sonrisal acabar? Vai acabar com vida da outra pessoa junto. Amor, antes de tudo, é RESPONSABILIDADE. Se você ama de forma altruísta, a outra pessoa não precisa saber. Apenas ame. E diga só quando chegar a hora certa.

Gerson Hollanda

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Imundicia amada

Hoje parei pra pensar nos rumos que a vida da gente toma, chega a ser engraçado o quanto eu tenho me preocupado em dizer as pessoas importantes, o quanto sao importantes. a verdade é que, se depois de tantos anos a coisa prevalece é por que é forte e é sincera. como diz aquele ditado " quem é de verdade, sabe quem é de mentira". Por mais que a vida esteja corrida, de vez enquando eu paro e penso, lembro que tem alguém que posso contar desde 2008, e que apesar de algumas diferenças, é das amigas mais verdadeiras que ja encontrei em vinte anos.

E a gente se encontra e parece que foi ontem que a gente ria de tudo e queria da-lhe pau em todo mundo que nos encomodava.

Toda essa enrolaçao é só pra te agradecer pelo "sempre" pelo "tudo" pelo " a qualquer hora que seja necessario".

domingo, 8 de agosto de 2010

Mais que pai e avô

os teus conselhos que forjaram homens
que prendaram moças pela vida afora
Indicando rumos, demarcando trilhas
E abençoando aqueles, que se vão embora...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Eu sei...

Eu sei, mas não devia

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos
e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.

E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz,
aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.

E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e a ver cartazes.
A abrir as revistas e a ver anúncios.
A ligar a televisão e a ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.

As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.

Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães,
a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.

Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui,
um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua no resto do corpo.

Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo
e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se
da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta e, que gasta,
de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colassanti

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Imperdivel

- Brasileiro é um povo solidário. Mentira. Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade.
Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
É coisa de gente otária.
- Brasileiro é um povo alegre. Mentira. Brasileiro é bobalhão.

Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.
Brasileiro tem um sério problema.
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.

- Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.

Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários da bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
- Brasileiro é um povo honesto. Mentira.

Já foi; hoje é uma qualidade em baixa..
Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso.
Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.


- 90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira.

Já foi.
Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da
Guerra do Paraguai ali se instalaram.
Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha alternativa e não concordava com o crime.
Hoje a realidade é diferente.
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.
Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.
Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.

- O Brasil é um pais democrático. Mentira.

Num país democrático a vontade da maioria é Lei.
A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
Num país onde todos têm direitos, mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.

Democracia isso? Pense!

O famoso jeitinho brasileiro.
Em minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeões do mundo né?
Grande coisa...

O Brasil é o país do futuro. Caramba, meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.
Dessa vergonha eles se safaram...
Brasil, o país do futuro!?
Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.

Deus é brasileiro.
Puxa, essa eu não vou nem comentar...

O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
Para finalizar tiro minha conclusão:


O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse e-mail, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.
Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.
Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.
Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!

Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?



Arnaldo Jabour